05 ANIMAIS
(BIOLOGICAMENTE) IMORTAIS
A chegada de
uma nova primavera não traz só flores. Nosso corpo é marcado pela passagem do
tempo: lentamente, perdemos os melanócitos que dão cor aos cabelos e o colágeno
da pele, a cartilagem dos ossos se enfraquece, nossas células e órgãos já não
funcionam a todo vapor como na juventude e deixam de cumprir funções cruciais.
E aí, já viu – não há caminho de volta. Apesar da data de expiração ser
incerta, nosso corpo
parece ter um prazo de validade. Ou melhor, é isso que acontece com a
maioria das espécies do planeta, com exceção de um grupo especial: aquele
formado por animais que possuem o que a ciência chama de “envelhecimento
desprezível”.
Em bom
português, isso significa que as
células de alguns seres felizardos se mantêm em um ciclo de renovação constante,
sem sofrerem com o declínio natural que nós humanos, por exemplo, experimentamos.
Ou seja, para dar fim à existência destes animais, é preciso apelar para “morte
matada” já que eles são (biologicamente, ao menos) imortais. Conheça 5 destes seres incríveis:
1. Hidras
Os seres do
gênero Hydra parecem ter tirado a sorte grande
na loteria da vida. A maioria dos organismos animais sofre um processo de
deterioração que aumenta a possibilidade de morte com o avançar da idade
cronológica, chamado de senescência. As células que entram neste processo
natural de envelhecimento perdem a capacidade de reprodução e regeneração. Mas
isso não acontece com as hidras. Estudos apontam que
estes seres são capazes contornar o envelhecimento renovando constantemente os
tecidos de seu corpo. Ao que tudo indica, as hidras podem ter escapado da
senescência e serem, potencialmente, imortais.
2. Rockfish (Sebates aleutianus)
Eles não vivem
para sempre – mas chegam perto. É também uma insignificante apresentação de
senescência que garante a esse peixe do Pacífico enorme longevidade. Além de
seu marcante tom vermelho, o rockfish tem outras características que o
distinguem no reino animal – com uma reduzida taxa de envelhecimento, espécimes
deste peixe podem chegar a viver 205 anos na natureza. Nada mal.
3. Tartarugas
Blandingii (Emydoidea
blandingii)
Natural da
América do Norte, esta tartaruga semi-aquática de queixo amarelo pode
ultrapassar a marca de 80 anos. Oito décadas pode não ser sinônimo de “vida
eterna”, mas é uma idade respeitável, ainda mais considerando uma
particularidade destes seres: uma vez que atingem a vida adulta, as tartarugas
Blandingii parecem não envelhecer. Além de terem baixa senescência,estudos indicam que
os espécimes mais velhos curtem a vida adoidado e se reproduzem mais que os
companheiros mais jovens.
4. Planárias
As planárias
são vermes planos que intrigam cientistas por sua alta capacidade regenerativa.
Se cortados, transversal ou longitudinalmente, esses bichinhos feios são
capazes de regenerar suas partes perdidas, originando vermes completos. Quero
ver você fazer isso em
casa. Este surpreendente super poder, aparentemente
ilimitado, faz com que as planárias sejam consideradas praticamente imortais.
5. Água-viva
imortal (Turritopsis
dohrnii)
“O que é
imortal não morre no final” (LEAH, Sandy)
Esta espécie de
água-viva é o “Benjamin Button” do oceano. Encontrado em 1988 pelo
então estudante de biologia marinha Christian Sommer, este curioso ser exibiu
um comportamento que intrigou o pesquisador alemão: a água-viva se recusava a
morrer. Mais que isso, parecia estar seguindo o caminho inverso, tornando-se
cada vez mais “jovem”, em uma regressão que a levou de volta à sua primeira
fase de desenvolvimento. Pã. Chegando lá, começou um novo ciclo de vida. Duplo
pã.
Foi apenas em
1996 que um estudo sobre a reveladora descoberta foi
publicado – contrariando o que consideramos o ciclo natural da vida (que inclui
a inevitável morte), a Turritopsis
dohrnii é capaz de voltar ao
seu primeiro estágio de vida em qualquer fase de seu desenvolvimento, escapando
da morte e alcançando potencial imortalidade. Não bastasse isso, a espécie
ainda é espertinha – pegando carona em cascos de navios, a Turritopsis hoje é
encontrada não apenas na região do Mediterrâneo, mas também nas costas de
Panamá, Espanha, Japão e Flórida, parecendo ser capaz de sobreviver e se
proliferar em todos os oceanos do mundo. Limitações tecnológicas ainda impedem
que pesquisadores determinem o que exatamente permite que o bichinho viva para
sempre, mas é bom ficar atento: se descobrirem o segredo desta água-viva, isso
pode também afetar nossa mortalidade. Quem viver, verá.
Fonte:
http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/5-animais-biologicamente-imortais/,
acesso em 29/11/2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário