Maior parte da população sem atendimento está no
meio rural. Apenas 23% das cidades brasileiras contam com serviço de reciclagem
O Ministério das Cidades
divulgou nesta terça-feira (16) uma nova atualização dos dados do Sistema
Nacional de Informações de Saneamento (SNIS),
agora referentes ao ano de 2014. A atualização apresenta dois novos
diagnósticos: um
sobre resíduos sólidos e outro sobre o
serviço de água e esgoto.
Os dados do diagnóstico
de resíduos sólidos mostram que
aumentou a quantidade de casas atendidas por serviços de coleta regular de
lixo. Entre 2013 e 2014, 700 mil pessoas passaram a ser atendidas pela coleta.
Porém, o déficit de atendimento ainda é grande. No total, 17,3
milhões de pessoas moram em regiões que não fazem
nenhum tipo de coleta do lixo.
A pior situação é na zona
rural e nos pequenos municípios. O diagnóstico estima que 47% da população
rural do país não tem acesso a nenhum tipo de coleta de lixo - um total de 14,7
milhões de pessoas.
Se a coleta regular de
lixo não é universal, o que dizer da coleta seletiva? Ela é essencial para a
reutilização e reciclagem de produtos e materiais. Segundo o diagnóstico, 1.322
municípios brasileiros contam com coleta seletiva. É muito pouco. Considerando
que há 5.561 municípios no Brasil, isso significa que em
apenas 23% das cidades a reciclagem é uma realidade.
Segundo o SNIS, ainda
estamos longe de ter uma economia
circular, onde os resíduos descartados são reaproveitados e
transformados em novos produtos e o lixo que não pode ser reciclado é destinado
a aterros sanitários. Para se ter uma ideia da distância dessa situação ideal,
os dados mostram que cada brasileiro produz, em média, 1 quilo de lixo por dia.
Ou seja, 365 quilos de lixo por ano. Porém, apenas 7 quilos de lixo por pessoa
por ano foram reciclados em 2014. Não
é surpresa que é tão difícil acabar com os lixões no país.
O outro diagnóstico,
sobre os serviços de água e esgoto, mostra um panorama que os leitores do Blog
do Planeta já conhecem bem. No mês passado, mostramos que, se seguir esse
ritmo, a universalização
da coleta do esgoto no Brasil não vai acontecer antes de 2050
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