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O FILHOTE

sábado, 15 de fevereiro de 2014

A PROVÁVEL EXTINÇÃO DO BOTO COR-DE-ROSA

Prezados alunos: ao lerem o texto abaixo, observem não só a questão de cunho ambiental envolvida, mas também o descaso que há com os órgãos ambientais. No último parágrafo observem um fato também grave relacionado a questão ética: a ação de determinados pescadores em vender um peixe como se ele fosse de uma espécie que  não é.
Por: Neemias.

Uso de botos-cor-de-rosa como isca pode levá-los à extinção na Amazônia

Animal vem sendo usado na pesca do peixe piracatinga em 35 comunidades da região

AMAZONAS - Os botos-cor-de-rosa, encontrados tradicionalmente na Amazônia, estão sob ameaça. Especialmente na região do Baixo Rio Purus, no estado do Amazonas. Segundo um levantamento feito pelo Instituto Piagaçu (IPI) e pela Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) em 35 comunidades de pescadores em área de reserva de desenvolvimento sustentável, o animal está sendo morto e usado como isca para a pesca do peixe piracatinga (Callophysus macropterus), segundo informações da Agência Brasil.

O trabalho teve a colaboração da Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) e contou com a liderança da pesquisadora Sannie Muniz Brum, que apontou que, no longo prazo, caso nenhuma medida seja tomada agora, a prática pode acabar levando à extinção do chamado “golfinho da Amazônia”.

Segundo a coordenadora adjunta do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Carla Marques, não há pessoal suficiente para exercer uma fiscalização contínua na região. O ICMBio fiscaliza as áreas dentro das unidades de conservação e o Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) se encarrega de fiscalizar fora dessas unidades.- Os órgãos têm pouco contingente para atender a uma região como a Amazônia. Algumas ações ocorrem em parceria com a Polícia Federal e as polícias locais, mas são pontuais. A gente não consegue estar presente o tempo todo. E a pesca continua – disse Carla à Agência.

Além de uma fiscalização mais rigorosa e permanente, a pesquisadora Sannie Brum defendeu a necessidade de se levar às comunidades que habitam em áreas protegidas informações para que saibam que é crime usar botos-cor-de-rosa como isca para a pesca. Segundo a pesquisadora, a mortalidade é elevada na região do Baixo Purus devido à atividade de pesca da piracatinga. Considerando 15 toneladas pescadas somente na região, de acordo com relato dos próprios pescadores, a estimativa é que até 144 botos-cor-de-rosa sejam mortos por ano para virar isca.

A situação se agrava considerando que os golfinhos têm uma reprodução lenta. As fêmeas têm uma gestação de cerca de dez meses e, após o nascimento, podem cuidar dos filhotes por até quatro anos. Com isso, a inserção de novos botos na natureza é demorada. Sannie diz que a morte de uma grande quantidade desses animais pode inviabilizar a manutenção da espécie.

Segundo a Agência Brasil, Sannie Brum pretende começar uma nova pesquisa para descobrir o que pode ser usado como alternativa de isca para a pesca da piracatinga. Trata-se de um tipo de peixe que se alimenta de carne morta ou em putrefação. Por isso, é rejeitado como alimento pelos próprios pescadores.

Sannie Brum explicou que apesar disso, eles vendem o produto para mercados de São Paulo, do Paraná e do Nordeste e, inclusive, para outros países, como a Colômbia. Para isso, usam o nome fantasia de “douradinha”. Como é vendido sob a forma de filé, a piracatinga acaba sendo comprada pelos consumidores que o confundem com um peixe nobre, a dourada (Brachyplathystoma flavicans).

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