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O FILHOTE

quinta-feira, 23 de abril de 2015

SERÁ POSSÍVEL ELIMINAR A DENGUE NO FUTURO?

DENGUE: POR QUE É TÃO DIFÍCIL EXTERMINAR A DOENÇA

 

O vírus hábil combinado a um mosquito urbano e oportunista até hoje dribla a ciência. Especialistas explicam por que a enfermidade ainda não conhece uma vacina ou como ela é capaz de infectar até 100 milhões de pessoas em todo o mundo, resistindo a inseticidas e repelentes.


Em todo o mundo, os números da dengue se multiplicaram nos últimos 50 anos. A doença infecta 100 milhões de pessoas anualmente, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em ciclos epidêmicos. Este ano, o Brasil viu seu número de casos triplicar. Eles aumentaram em todas as regiões: há 224.101 casos notificados, ante os 85.401 que surgiram entre janeiro e março de 2014. A Região Sudeste, especialmente São Paulo, é a líder. O estado contabiliza 585 casos por 100 mil habitantes, quase o dobro do patamar usado para caracterizar uma situação de epidemia, que é de 300 casos por 100 mil habitantes. Se os números continuarem crescendo em abril, mês historicamente preferido pela doença para fazer suas vítimas, 2015 tem tudo para ser o ano em que o Brasil verá uma epidemia histórica de dengue.

Desde que o vírus foi isolado pelo cientista polonês radicado nos Estados Unidos Albert Sabin, durante a II Guerra Mundial, ele dribla a ciência. Até hoje não há vacina e tratamento. O único método de combate é tentar matar o mosquito. Combate-se a dengue da mesma maneira que nos anos 1950. As armas contra a doença que pode levar à morte em sua forma grave são inseticidas, repelentes e a eliminação dos criadouros do Aedes aegypti, mosquito que carrega o vírus.

"Essa é não é uma doença de solução fácil. Há uma combinação entre um vírus hábil, um mosquito extremamente adaptado e estratégias públicas de combate e prevenção que não são constantes e, por isso, não funcionam", explica o infectologista Celso Francisco Granato, chefe do laboratório de virologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Os elementos do atraso na erradicação da dengue incluem também aspectos sociais e culturais, além do baixo investimento em pesquisas. Enfrentando esses aspectos, os cientistas têm feito o que podem. Uma vacina para o vírus complexo deve surgir nos próximos anos e os pesquisadores estão criando mosquitos capazes de impedir o parasita de se multiplicar. Se conseguirem, vão derrubar um inimigo histórico, beneficiando cerca de 2,5 bilhões de pessoas, ou dois quintos da população mundial que, atualmente, vivem em áreas de transmissão da doença.

Vírus viajante - A primeira menção a uma doença semelhante à dengue está em uma enciclopédia chinesa de 992. Os estudos indicam que o vírus se desenvolveu no Sudeste da Ásia e se espalhou pelo mundo nos séculos XVIII e XIX junto com os navios que transportavam produtos pelos oceanos. Tanto o vírus, que faz parte da família Flavivírus (o mesmo da febre amarela e da hepatite C), quanto os mosquitos que o carregam, o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, chegaram a diversos países tropicais, causando grandes epidemias. O Aedes aegypti teve mais sorte que seu correspondente silvestre e conseguiu se adaptar com sucesso ao ambiente urbano. Novos surtos voltaram a aparecer com força após a II Guerra Mundial, quando as cidades cresceram exponencialmente e as viagens se tornaram mais comuns.

Nesse período foram registrados os primeiros casos de dengue grave, que causa hemorragia e pode levar à morte. Foi também o momento em que o vírus foi isolado por Sabin e começou a ser estudado. Descobriu-se que ele havia sofrido mutações durante seu desenvolvimento ao redor do globo e não era um, mas quatro. São os chamados quatro sorotipos, que vão de DEN-1 a DEN-4.

"Na época, achava-se que as grandes diferenças ocorriam entre os sorotipos.

Fonte:

quinta-feira, 16 de abril de 2015

IMAGENS DE ALGUNS MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS

DIAFRAGMA


CAMISINHA


      
PÍLULA



DIU

REDAÇÃO: MATEUS MOROZINI

                                                   CADEIA ALIMENTAR
Cadeia alimentar é a seqüência em que alguns seres vivos servem de alimento para outros. Nela, os seres herbívoros  são os que se alimentam de vegetal e os carnívoros se alimentam de outros seres vivos. Seres onívoros se alimentam de plantas podendo também ingerir a carne de outros animais. Os produtores são aqueles que servem de alimento para os consumidores primários.  Eles realizam a fotossíntese e dão início a cadeia alimentar.

Os consumidores primários se alimentam dos produtores e são alimentados pelos consumidores secundários. Uma cadeia ainda pode apresentar os consumidores terciários e quaternários, sendo estes últimos considerados topos de cadeia.

Os decompositores são aqueles que se alimentam de qualquer ser vivo que morre na cadeia alimentar. Eles ajudam a reciclar os biomas. São os fungos e bactérias.

 As cadeias podem ocorrer na água e na terra. A competição que ocorre entre espécies é ocasionada principalmente pela disputa por fêmea, território e comida.

Ao conjunto de várias cadeias alimentares dá-se o nome de Teia Alimentar.  Exemplo de uma cadeia alimentar terrestre: capim - capivara - onça.
 Exemplo de cadeia alimentar aquática: alga - lambari – bagre.

Autor: Matheus Morozini do Santos.  
Série: 7º B

EMEF: Dora Arnizaut Silvares.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

AIDS: PROPOSTA DE CURA ATÉ 2020

“NOSSA META É ACHAR A CURA CIENTÍFICA DA AIDS ATÉ 2020”

Kevin Frost, presidente da entidade, explica quais são as estratégias da fundação para descobrir a cura da doença em cinco anos e o papel do Brasil na luta contra o HIV

A amfAR vai investir cem milhões de dólares em estudos com diferentes abordagens que se aproximam da ideia de encontrar a cura da aids.

Na noite desta sexta-feira, empresários, socialites e celebridades se reúnem em São Paulo para o jantar anual de gala da Fundação para as Pesquisas da AIDS (amfAR). Em sua quinta edição na cidade, o evento busca arrecadar fundos para a instituição que é uma das maiores organizações sem fins lucrativos do mundo dedicada ao apoio da pesquisa da aids, prevenção, tratamento e educação sobre o HIV.

Para atrair a atenção do público - e convencer os participantes da festa a abrirem a carteira - vieram ao Brasil especialmente para o Inspiration Gala, nome oficial do evento, a cantora e atriz Cher, a cantora australiana Kylie Minogue e o estilista francês Jean-Paul Gaultier.

O jantar realizado em São Paulo em 2014 arrecadou 8,7 milhões de reais, dos quais uma parte foi doada para a Sociedade Viva Cazuza, entidade que oferece auxílio e tratamento para adultos e crianças com HIV. Neste ano, o beneficiário será o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, que desenvolve pesquisas na área de doenças infecciosas, como a aids. A escolha da instituição está ligada ao ambicioso objetivo da amfAR: encontrar a cura da doença até 2020.

À frente da fundação está o americano Kevin Frost, que deixou uma carreira musical em 1990 para se tornar um ativista na luta contra a aids. Durante sua estada em São Paulo, Frost conversou com o site de VEJA sobre as estratégias da instituição para descobrir a cura da aids e o papel do Brasil nessa luta.

A amfAR investirá 100 milhões de dólares em pesquisas para encontrar a cura da aids até 2020. Não é uma meta ambiciosa demais obter a cura da doença em cinco anos? O que nós queremos dizer com 'encontrar a cura da aids até 2020' é encontrar o entendimento científico de como curar as pessoas até lá. Isso não significa que seremos capazes de curar todos os indivíduos, o que levaria muitos anos para acontecer. Um exemplo claro disso é a poliomielite. Há mais de cinquenta anos existe uma vacina para a pólio e ela ainda não está erradicada no mundo. Para alcançar nosso objetivo, ao longo dos próximos cinco anos, investiremos 100 milhões de dólares em muitos projetos de pesquisa, incluindo alguns no Brasil, que esperançosamente nos levarão à ciência da cura. A maioria das pessoas acredita que encontrar a cura será muito difícil, complicado e caro. Nosso trabalho é tornar essa busca mais fácil, simples e barata.

A escolha do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, que é uma instituição de pesquisa, como beneficiário do baile de gala deste ano faz parte desta estratégia? Somos uma instituição de pesquisa e a maioria dos nossos investimentos é neste campo. No entanto, quando começamos a atuar no Brasil, há cinco anos, precisávamos aprender mais sobre quem estava fazendo pesquisa aqui, quais eram as linhas de estudo e como nós poderíamos apoiar os institutos. Enquanto não tínhamos essas respostas, beneficiamos instituições sociais. Nós continuaremos a fornecer apoio social, pois isso também faz parte das nossas ações. Mas, em primeiro lugar, nossos apoios são direcionados para pesquisa.

O Brasil é o único país em desenvolvimento no qual a amfAR realiza o baile de gala anualmente. Por quê? Por muito tempo o Brasil foi um líder mundial na luta contra a aids. Os brasileiros se engajam nesta causa e é por isso que estamos aqui há cinco anos e continuaremos enquanto houver apoiadores. O país começou a fabricar seus próprios medicamentos e a oferecer tratamento gratuito para todos os que tinham a doença, o que foi um ótimo trabalho e um exemplo. O problema é que, algumas vezes, os países enfrentam desafios econômicos e o Brasil está enfrentando um agora. Quando isso acontece, frequentemente os primeiros cortes feitos são nos programas sociais. Se o Brasil cometer este erro, no longo prazo a aids vai crescer muito por aqui.

A última pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde sobre aids mostrou que no Brasil os casos aumentaram em jovens e homossexuais. O que poderia ser feito para reduzir essa tendência? O Brasil não é o único a apresentar estas estatísticas. O problema se repete em muitos países e isso é uma falha dos nossos esforços relacionados à prevenção destas populações. Precisamos ajudá-las a entender porque elas são um grupo de risco e dar as ferramentas que elas precisam para se proteger. Os políticos e os religiosos não gostam que nós façamos campanhas direcionadas, principalmente para o público homossexual, e nós temos que lutar contra isso. Os jovens merecem receber uma comunicação honesta e direta sobre quais são os seus riscos. E, a menos que façamos isso, cada vez mais jovens continuarão a se infectar.

O senhor já ouviu falar do "Clube do Carimbo", um grupo de pessoas soropositivas que se reúne em sites para passar dicas de como transmitir aids para outras pessoas? O que acha disso? Ouvi falar sobre isso hoje pela primeira vez e estou chocado. Alguém precisa me provar que isso realmente é verdade e não algo que saiu de um filme de terror. Porque as pessoas iriam querer infectar outras? Eu nunca ouvi algo do tipo em nenhum outro lugar.

O preconceito ainda é um problema na luta contra a aids? O preconceito e o estigma da aids fazem com que as pessoas não realizem o teste, porque têm medo do que os outros vão dizer se descobrirem que elas têm HIV. No caso dos homossexuais, isso é ainda pior, porque eles já enfrentam preconceito e discriminação por causa de sua escolha sexual. Nós temos que enfrentar o estigma, o preconceito e a discriminação.

Qual foi a principal realização da amfAR nestes 30 anos de atuação? Eu diria que foi o estudo que descobriu como o vírus HIV infecta a célula. Essa descoberta foi fundamental para que se conseguisse realizar a primeira cura de uma pessoa com aids: Tim Brown, conhecido como o paciente de Berlim. Esse homem foi curado porque seu médico escolheu um doador de medula que tinha uma mutação que impedia a infecção do organismo pelo HIV. Após o transplante, Brown deixou de apresentar o vírus no sangue porque recebeu um sistema imune que não poderia ser infectado. Isso só foi possível graças a um estudo patrocinados pela amfAR.

De que forma a presença de celebridades em eventos como baile de gala ajudam na luta contra a aids? As celebridades sempre estiveram relacionadas à nossa historia, porque Elizabeth Taylor foi uma de nossas fundadoras e a maior apoiadora. As celebridades têm o poder de trazer atenção e recursos. Quando elas focam na nossa causa, isso faz com que pessoas que nunca ouviram falar da amfAR busquem saber do que se trata.

Fonte:

domingo, 12 de abril de 2015

PERIGO: ALIMENTOS RICOS EM AGROTÓXICOS

BRASIL LIDERA O RANKING DE CONSUMO DE AGROTÓXICOS

Dados são de relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Inca, que alerta para as consequências à saúde, como o câncer.


RIO - O consumo de agrotóxicos no Brasil saltou de 2 bilhões de dólares para mais de 7 bilhões entre 2001 e 2008, alcançando valores recordes de 8,5 bilhões de dólares em 2011. Em 2009, alcançamos a posição de maior consumidor mundial de agrotóxico, com mais de um milhão de toneladas. Os dados são de um relatório lançando nesta segunda feira pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Segundo o texto, o uso de sementes transgênicas foi uma das responsáveis pelo cenário, já que eles exigem gente quantidade destes produtos. Irritação da pele e olhos, coceira, cólicas, vômitos, diarreia, espasmos, dificuldades respiratórias, convulsões e morte estão entre os efeitos dessas substâncias à saúde. O câncer é outra consequência.
— Não há dúvida que são venenos que atuam a nível molecular nas células, embora ainda tenhamos que conhecer melhor suas consequências — afirmou Cláudio Nogueira, chefe de prevenção e vigilância do Inca. — Exposições ambientais a agentes químicos, físicos ou biológicos são principal fator que leva ao câncer. E o Inca tem compromisso com esta questão.
Segundo a biomédica do Inca, Marcia Scarpa, da unidade técnica de exposição ocupacional e ambiental, há dois tipos de intoxicação pelo agrotóxico: agudo, ligado a sintomas logo após o contato, e crônico, que ocorre quando o indivíduo é exposto a pequenas quantidades por longos períodos. Nesse caso há “uma infinidade de efeitos”, diz Marcia, como redução do sistema imunológico, desregulação endócrina e no sistema nervoso central. Nesse caso está o câncer.
— É difícil quantificar este impacto, apesar das comprovações científicas. Por exemplo, existe uma subnotificção de casos de intoxicação aguda. O efeito pode ser confundido com outros problemas como viroses — afirma Marcia, destacando que a média de subnotificção é de 1 notificado para cada 50 não notificados.
A agricultora Maria de Fátima Silva, de Andrades, em Teresópolis, usa defensivo agrícola sem proteção desde criança. Hoje aos 50 anos, ela não enxerga os males, mas reclama de dores nas costas e no coração. Já o produtor de alimentos orgânicos, Alcimar Espírito Santo diz que hoje são poucos os agricultores que enxergam os agrotóxicos como solução.
— Eles querem se ver livres disso. Vem crescendo o número de pessoas se convertendo aos orgânicos. E quem começa, não volta — comenta, admitindo que não é fácil fazer esta transição. — A gente deve buscar libertar o agricultor familiar que está aprisionado a este modelo de produção.
Fonte:

sexta-feira, 10 de abril de 2015

SERES ONÍVOROS


Animais onívoros comem de tudo!

podem se comportar como herbívoros e carnívoros


SERES FRUGÍVOROS

Tem como principal refeição   a ingestão de frutas.

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SERES INSETÍVOROS

São aqueles cuja dieta alimentar é feita  de insetos.

SERES HEMATÓFAGOS

São aqueles que se alimentam de sangue. Abaixo algumas imagens:

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quinta-feira, 2 de abril de 2015

APROVEITAMENTO DA ENERGIA SOLAR NO BRASIL

Discordo do "tom" politico que segue no texto abaixo, mas entendo que o assunto deve ser debatido pela sociedade brasileira com certa urgência e insistência. 
Neemias.

O GOVERNO NÃO QUER QUE VOCÊ TENHA PAINÉIS SOLARES EM CASA

Fonte chamada de “fantasia” por Dilma Rousseff ficou barata, mas segue sem os incentivos dados ao carvão; novo ministro prometeu mudar esse quadro.

Trabalhador instala painel solar na Alemanha (Foto: Sean Gallup/Getty Images)
Pense num país quente, onde o sol brilha o ano inteiro e que, um belo dia, dá-se conta de que tem justamente nessa luminosidade uma fonte de energia limpa, inesgotável e cada vez mais barata. Mesmo possuindo grandes reservas de petróleo, esse país resolve apostar pesado na energia solar, que ignorou solenemente durante anos. Já adivinhou que país é esse? Isso mesmo: bem-vindo à Arábia Saudita.

Sim, a Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, símbolo da resistência atávica a qualquer coisa que tenha relação com energias renováveis; sim, a Arábia Saudita, o vilão das conferências do clima da ONU; a petroditadura feudal e retrógrada. Pois essa mesma Arábia Saudita planeja instalar 6 gigawatts de energia solar fotovoltaica nos próximos cinco anos. É o equivalente à potência instalada das duas usinas do rio Madeira. Em 2032, os sauditas planejam ter em seu deserto e em suas casas o equivalente a mais de uma Itaipu em energia solar.

E o Brasil? Temos um território maior e muito mais horas de sol o ano inteiro do que a Arábia Saudita. Nosso potencial de radiação solar equivale a 20 vezes toda a atual capacidade instalada de produção de energia elétrica. No entanto, os planos do governo até agora para essa fonte são modestíssimos: 2 gigawatts instalados até 2023, ou um terço do que os árabes planejam instalar em cinco anos.

É difícil atribuir esse atraso brasileiro a quaisquer outros fatores que não sejam miopia dos planejadores energéticos e preconceito. Este último fator vem de cima para baixo: a própria presidente Dilma Rousseff já se referiu à energia fotovoltaica como “fantasia”, dizendo em 2012 que não era possível iluminar um país somente com sol e vento. A China discorda: nos próximos 15 anos, o gigante terá elevado sua capacidade fotovoltaica para 100 gigawatts, o equivalente a quase dois terços de todo o parque gerador do Brasil.

Neste aspecto, a ex-guerrilheira Dilma tem um pensamento surpreendentemente próximo do dos eletrocratas formados na escola das grandes obras de energia da ditadura. Para essa turma, investir em uma nova tecnologia que custava caro era uma burrice, quando o país tinha tanto potencial hidrelétrico ainda a aproveitar na Amazônia (que grande parte desse potencial esteja em unidades de conservação, terras indígenas e outras áreas sensíveis nunca foi um impeditivo, como não era no tempo dos militares). O resultado disso está todo mês na nossa conta de energia: quando as chuvas faltaram para as hidrelétricas, o governo botou na matriz térmicas a gás, carvão e óleo combustível – mesmo tendo prometido recentemente que o carvão seria banido do Brasil.

O governo brasileiro não foi o único a desprezar a energia solar. Nos EUA, durante a administração de George W. Bush, o lobby fóssil impediu que incentivos fossem dados a energias renováveis para competir com as já estabelecidas e mimadas fontes fósseis. Como resultado, a principal fábrica americana de painéis solares, a First Solar, precisou se mudar para a Alemanha.

A partir de 2008, com a eleição de Barack Obama e um novo foco em fontes renováveis, o cenário começou a clarear para a energia fotovoltaica. A indústria respondeu rapidamente: a capacidade instalada subiu de quase zero em 2006 para 7 gigawatts em 2014 e hoje 36% das novas instalações elétricas nos EUA são dessa fonte; o preço de um painel fotovoltaico caiu 63% somente entre 2010 e 2014, e a indústria solar americana, que antes gerava empregos de qualidade na Alemanha, hoje emprega mais gente nos EUA que a mineração de carvão. Outros países, como a Espanha e a Grécia, também investiram nessa indústria como uma saída para a crise econômica.

No ensolarado Brasil, a primeira medida séria de incentivo à energia fotovoltaica só foi adotada em 2012: uma resolução da Aneel que permite a quem tiver painéis solares em sua casa trocar energia com a rede – e, assim, economizar até 80% da conta de luz por mês, ao produzir a própria eletricidade durante o dia. A resolução, porém, não veio acompanhada de nenhuma outra medida, como uma campanha ou incentivos tributários (dados à indústria automobilística e aos combustíveis fósseis). O resultado é que, quase três anos depois, apenas 409 residências instalaram painéis solares em todo o país. Nos EUA, são 400 mil. A cada três minutos uma nova instalação solar é feita.

Quando enfim a energia solar elétrica foi agraciada com o direito de competir em leilões de energia, em 2014, o governo viu o tamanho da oferta reprimida: foi o leilão mais competitivo da história, com o megawatt vendido a R$ 214. Parece caro? Pois o carvão mineral, que fez seu retorno triunfal à matriz energética brasileira também em 2014, foi leiloado a R$ 206. E isso à custa de um pacote de bondades que incluiu aumento no preço mínimo e isenção de tributos.

Sem o argumento do preço, sobra aos eletrocratas o tigre de papel da intermitência: a energia solar jamais poderá estar na “base” porque não produz à noite. O chamado fator de capacidade da fonte é de cerca de 25%. Pode até ser verdade. Mas esses mesmos planejadores não hesitam em gastar R$ 28 bilhões numa usina hidrelétrica como Belo Monte, que tem fator de capacidade de 42% e que pode chegar ao fim de sua vida útil com metade disso devido ao impacto das mudanças climáticas. Se ganhasse o direito de entrar na matriz em escala americana (ou pelo menos saudita), a energia solar poderia compor com a eólica para poupar os reservatórios das hidrelétricas do Centro-Sul, que formam a nossa “energia firme”. A opção do Palácio do Planalto, porém, parece ser até aqui a de deixar o país sem energia e poluindo mais ao mesmo tempo.

Isso pode estar mudando com a entrada em cena de um ator novo na política energética: o ministro Eduardo Braga (PMDB). Engenheiro eletricista, Braga aparentemente aprendeu alguma matemática na universidade e concluiu que o Brasil não perde nada se aproveitar seu potencial solar. Prometeu tirar PIS e Cofins dos painéis solares, como o governo fez com o carvão, e aprovar uma redução de ICMS. Já marcou dois leilões de energia fotovoltaica para este ano e andou falando em instalar painéis solares nos reservatórios das hidrelétricas. Nos próximos meses, com a estação seca chegando, Braga terá a oportunidade de mostrar se fala sério sobre o assunto. Quem sabe ele convence sua chefe a tomar um pouco de sol para clarear as ideias.

Fonte:


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