OXI, UMA DROGA AINDA PIOR.
O oxi - pedra tóxica feita com cal, gasolina e pasta de cocaína - se espalha pelo país e assusta as autoridades mais que o crack
Pedra de Oxi, uma droga que tem se espalhando rapidamente pelo Brasil.
Pedro tinha 8 anos quando começou a fumar maconha. Aos 14, experimentou cocaína. Com 19, foi apresentado ao crack. "Eu fumava cinco pedras e bebia até 12 copos de pinga".
Em janeiro deste ano, seu fornecedor de drogas, em Brasília, passou a oferecer pedras diferentes, com cheiro de querosene e consistência mais mole. Pedro estranhou. "Dizia a ele que a pedra estava batizada, que não era boa. O cara me dizia que era o que tinha e ainda me daria umas (pedras) a mais".
Não demorou para Pedro notar a diferença no efeito. A nova pedra era mais viciante. Para não sofrer com crises de abstinência, dobrou o consumo para até dez pedras por dia. Descobriu então que, em vez de crack, estava fumando uma droga chamada oxi.
"Quando soube, vi que estava botando um veneno ainda maior no meu corpo. Fiquei com medo de morrer." Aos 27 anos, depois de quase duas décadas de dependência química, Pedro sentiu que tinha ido longe demais. Internou-se numa clínica.
A história de Pedro (nome fictício) ilustra o terror provocado pelo oxi, droga que está se espalhando rapidamente pelo Brasil. O oxi está sendo tratado pelos médicos como algo mais letal que o crack, considerado até agora a mais devastadora das drogas. Mas é consumido por pessoas que não sabem disso, porque é vendido em bocas de fumo como se fosse crack.
"O oxi invadiu os postos de venda tradicionais. Isso preocupa", diz o delegado Reinaldo Correa, titular da Divisão de Prevenção e Educação do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil de São Paulo.
A primeira apreensão confirmada do oxi
Quase diariamente, a polícia de algum Estado do Brasil anuncia ter apreendido a droga pela primeira vez. Em alguns casos, como
Como o crack, o oxi é vendido em pedras que, quando queimadas, liberam uma fumaça. Inalada, em poucos segundos vai para o cérebro, provocando euforia e bem-estar. "Visualmente, são quase idênticas", diz Correa.
A diferenciação pode ser feita pela fumaça, que no caso do crack é mais branca, ou pelos resíduos: o crack deixa cinzas, enquanto o oxi libera uma substância oleosa. Por causa da dificuldade em distinguir uma droga da outra, é impossível ter exata noção da penetração do oxi entre os usuários. "Sabemos apenas que ele está aqui há algum tempo", afirma Correa.
Recente nos Estados mais ao sul do país, o oxi é velho conhecido dos viciados da Região Norte. Acredita-se que a droga entrou no Brasil ainda na década de
"No primeiro momento, o oxi era usado pelas classes sociais mais baixas e por místicos que iam ao Acre atrás da ayahuasca (chá alucinógeno usado em cerimônias do Santo Daime)", diz Mendes.
A droga chegou à capital, Rio Branco, de onde se espalhou para outros Estados da região. "Hoje, é consumida em todas as classes sociais", diz Mendes.
Fonte:
http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2011/05/noticias/minuto_a_minuto/nacional/852106-oxi-uma-droga-ainda-pior.html, acesso em 14/05/2011
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