RÃ VIRTUAL EVITA SACRIFÍCIO DE ANIMAIS DE LABORATÓRIO
Pesquisadores da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) desenvolveram um programa de computador que vai ajudar a
diminuir o sacrifício de animais durante as aulas de fisiologia. O programa pode substituir o uso de animais nas aulas práticas de
Fisiologia e Biofísica, ministradas nos cursos de Medicina, Ciências
Biológicas, Enfermagem e Educação Física.
Rã virtual
O software
educacional, chamado Fisioprat, simula o mesmo procedimento
tradicionalmente feito em rãs durante as aulas, mas de forma interativa e
lúdica e sem a necessidade de sacrificar o animal. Além disso,
o simulador complementa o ensino fornecendo conteúdo adicional que melhora o
aprendizado.
"O objetivo foi justamente propor uma
alternativa ao uso de animais sem que o ensino fosse prejudicado," explica
o biólogo Francisco Cubo Neto, que desenvolveu o simulador sob a orientação do
professor Miguel Arcanjo Areas.
O software está em processo de patenteamento
e, segundo o biólogo, não existem no Brasil produtos semelhantes.
Sacrifício dos animais
Em geral, o uso de rãs ocorre nas aulas
práticas para avaliação dos reflexos medulares mediante estimulação química e
mecânica. São conceitos importantes para a disciplina, passados a partir de uma
aula teórica.
Na sequência, no laboratório, os alunos
visualizam como ocorrem os reflexos com o animal intacto e, depois, repetem o
mesmo experimento com o modelo animal com a medula lesionada.
"A compreensão do conteúdo é fundamental
e, até então, não existia outra forma de demonstrar o mecanismo a não ser
utilizando o modelo animal. Por isso, o Fisioprat constitui mais uma opção,
além do que abarca todos os temas ensinados na aula," esclarece Miguel.
Simulação eficaz
Segundo ele, o programa tem como adicional,
em relação às aulas tradicionais, uma tela de exercícios, que aparece em cada
tópico com o objetivo de reforçar as explicações. Também foram
incluídas resoluções de estudos de casos para que se avaliasse o nível de
absorção do conteúdo por parte dos alunos. Em cada uma das telas é dado um feedback
para o aluno.
Por fim, são feitas as incisões nas partes do
animal por meio de animação gráfica, com a vantagem de se poder repetir o
experimento por várias vezes para melhor fixação do conceito.
"Quando a aula é feita no laboratório,
existe a possibilidade de que algo possa dar errado. Por exemplo, a anestesia
mal aplicada pode comprometer o experimento e o animal não responder aos
estímulos ou morrer. Com isso, é preciso utilizar outro animal",
esclarece.
Avaliação
O simulador foi testado com quatro turmas de
cursos oferecidos pela Unicamp. Participaram estudantes de duas turmas de
Biologia, uma de Medicina e outra de Enfermagem. Todos, num
total de 127 estudantes, fizeram a aula teórica normalmente como ocorre no
método convencional. Em seguida, os estudantes foram separados em dois grupos:
um grupo realizou a aula prática tradicional, com o modelo animal, enquanto o
outro realizou a aula prática com o Fisioprat.
Para avaliar o nível de influência no
aprendizado ao se utilizar a nova metodologia, foi aplicado um questionário, ao
final da aula prática para os dois grupos. Os
resultados apontaram que o Fisioprat cumpre seus objetivos, pois as notas mais
altas foram observadas no grupo que utilizou o software. Ou seja, o grupo que
usou o simulador acertou mais questões, enquanto o outro grupo teve mais
dificuldades em responder às questões cognitivas. O biólogo
acredita que o programa ainda pode ser melhorado.
O mais importante, porém, é que a iniciativa
abre caminho para que outras metodologias substituam o uso de animais nas aulas
práticas.
Fonte:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=ra-virtual-evita-sacrificio-animais-laboratorio&id=010150110414&ebol=sim
, acesso em 14/04/2011.
TAREFA:
Após discussão do texto com o professor, faça um resumo do texto acima em seu caderno.