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O FILHOTE

domingo, 19 de janeiro de 2014

ALIMENTOS QUE COMBATEM DOENÇAS


A CURA QUE VEM DOS ALIMENTOS

Tomate, morango e melancia afastam o risco de câncer, diz fitoterapeuta.

Comer corretamente é uma das formas de ter uma vida melhor e, consequentemente, sem doenças. É isso mesmo! Há alimentos que podem evitar e outros que podem até curar problemas de saúde.  O simples fato de comer uma banana, por exemplo, pode fazer maravilhas pela sua saúde, sendo uma solução para quem tem depressão. 

“A banana é rica em vitamina B6 e triptofano, que liberam serotonina, responsável pela sensação de bem-estar. O consumo de alimentos ricos nesses nutrientes podem prevenir e melhorar sintomas de depressão”, diz a nutricionista clínica funcional Daniella Barbosa.
Segundo Henriqueta do Sacramento, que é médica naturalista, homeopata, fitoterapeuta e membro da Sociedade Brasileira de Fitomedicina, quando ingeridos em doses corretas, os alimentos podem equilibrar a nossa saúde, prevenir doenças e auxiliar na cura. 

“Podemos destacar o padrão alimentar dos povos de países como Itália, Grécia, Portugal, Espanha e França, que vem fazendo sucesso em todo o mundo e sendo estudada por cientistas devido a seu benefício para o organismo. Seus pratos são constituídos basicamente por vegetais, legumes, frutas e alho. Mas, o que faz a diferença são os óleos de oliva e canola, e os cereais pouco moídos, como nozes, sementes, além de queijo branco e iogurte, e, é claro, o vinho”, diz a médica.

Câncer
Tomate, morango e melancia protegem o organismo quanto ao risco de câncer de próstata, diz Henriqueta. Outra grande aliada contra o câncer é a couve. 

Segundo Daniella, a couve-manteiga, o repolho e o rabanete contêm uma substância que ativa o fígado, aumentando a eliminação de toxinas do corpo. “Seu consumo está associado à prevenção de diversos tipos de câncer”.

O bom é que alguns desses alimentos podem ser feitos previamente e guardados no congelador. “O abacate, por exemplo, que utilizo para modular o cortisol e para auxiliar no aumento do HDL (colesterol bom), pode ser congelado”.

A biomassa de banana verde – utilizada para melhorar a saúde intestinal – e a couve também podem ser colocados em formas de gelo e congelados.

E quem nunca ouviu falar em uma fruta chamada cranberry? Isso mesmo, cranberry. O nome é complicado, mas seus benefícios são inúmeros. Originária dos EUA, ela não é encontrada no Brasil, mas seu suco começa a se destacar nas prateleiras dos hipermercados. Mas, por quê? 

A explicação está no poder antioxidante e que estimula a defesa do organismo no combate às infecções urinárias, como explica Henriqueta do Sacramento. E a nutricionista Daniella Barbosa complementa: “O cranberry não impede a bactéria de proliferar, mas impede a sua adesão na parede da bexiga. Também existem estudos associando o uso do cranberry à prevenção de alguns tipos de câncer, devido à sua ação antioxidante
”. 

Experiência 
A vendedora autônoma Vânia Sueli Santos da Silva, 58, sempre teve uma alimentação rica em verduras e frutas, justamente pensando na prevenção de doenças. Mas, ao chegar à menopausa, tomou uma decisão: disse não para a reposição hormonal. 

“Não gosto de tomar remédios e decidi não tomar o hormônio que o ginecologista mandou. Tomo chá de amora três vezes por dia, desde que entrei na menopausa, e não sinto nenhum sintoma ruim esperado para essa fase da vida. Mesmo não sendo tão comum, é possível encontrar a fruta. Me sinto muito bem”. 

Henriqueta do Sacramento e Daniella Barbosa alertam que antes de trocar a farmácia pela feira é muito importante receber orientações de um médicos e de um nutricionista.
TROQUE A FARMÁCIA PELA FEIRA
Contra gripe: Chá de gengibre 
Ingredientes
4 colheres de sopa de gengibre cru picado; 1 col. (sobremesa) de cravo-da-índia; 1 pedaço de canela em pau; 1/2 limão com casca; 1 dente de alho; açúcar a gosto (de preferência, orgânico); 1 litro de água.
Modo de fazer:
Colocar os ingredientes numa panela e deixar fervendo por 30 a 40 minutos, com panela destampada. Pode coar. Tomar à noite, de 5 a 7 dias.

Melhora a saúde intestinal: Biomassa de banana verde 
Ingredientes:
4 bananas verdes (de preferência, orgânicas); água filtrada ou mineral
Modo de fazer: 
Lavar as bananas com casca, usando esponja, água e sabão. Colocar as frutas, ainda com casca, dentro de uma panela de pressão com água filtrada (2 dedos acima das frutas). Cozinhar na pressão por 8 minutos. Retirar do fogo e manter na panela até a pressão sair naturalmente por cerca de 12 minutos. Ao término do cozimento, mantenha as bananas na água quente e vá descascando, uma a uma, aos poucos. Descascadas, elas devem ser passadas, de imediato, em um processador elétrico (que pode ser um liquidificador ou um multiprocessador) até formar uma pasta espessa. Bater com um pouco da água de cozimento até conseguir uma consistência de patê. Congelar em cubinhos de gelo. Acrescentar em bolos, tortas, brigadeiro, feijão, sopas, sucos, etc. Usar até 4 colheres (sopa) por dia.

Ajudar a reduzir o colesterol ruim, o LDL, e aumentar o bom, o HDL
Ingredientes: 
1 abacate bem maduro; 4 colheres de sopa de cacau em pó orgânico; 1/2 xícara de mel; 1 colher de chá de canela em pó; 1/2 xícara rasa de açúcar mascavo orgânico.
Modo de fazer: 
Passe o abacate pelo processador até obter a consistência de um creme. Acrescente canela, mel e o açúcar mascavo. Por último, acrescente o cacau em pó orgânico no processador, até formar um creme homogêneo. Coloque em taças e leve para gelar por cerca de 2h.

Benefício dos alimentos
Alho (antiviral). Possui propriedade antiviral, antifúngica e antibacteriana. O óleo do alho também auxilia a fluidificação e eliminação das secreções do aparelho respiratório.

Cebola (músculos em dia). Pelo teor de sais minerais, recomenda-se o uso para melhorar o desempenho dos músculos. Pelo seu teor de cálcio, melhora o desempenho intelectual (fosfóro), age como regenerador da pele e traz benefícios para o sistema nervoso (enxofre). Externamente, atua como cicatrizante e anti-inflamatório. Usa-se seu suco em ferimentos, nas picadas de insetos e em furúnculos. E mastigar as partes da cebola pode prevenir anginas e faringites.

Cebolinha (calmante). Rica em vitamina C e cálcio, pode ajudar muito a fortaler o organismo. Auxilia na digestão difícil e é calmante. O suco de cebolinha com tomate é digestivo e fortificante. Use em saladas ou adicione nas pastas com queijo.

Coentro (analgésico). As suas sementes são digestivas, antiespasmódicas e analgésicas. Socar e triturar as sementes e aplicar com um pano aquecido na pele alivia as dores reumáticas.

Sálvia (contra gases e cólicas). É excelente nos casos de flatulências e cólicas intestinais. É utilizada como verdura em alguns países e aproveitada para temperar carnes e queijos 

Alecrim, salsa, orégano, sálvia e manjericão (antioxidantes). Reduzem o envelhecimento celular e a morte das células.

Banana (reduz cansaço). Estimula a síntese de serotonina e reduz a fadiga, o estresse, o cansaço físico e a depressão.

Pimenta (previne câncer). Previne coágulos sanguíneos, câncer e envelhecimento. Além disso, aumenta a liberação de endorfina, substância produzida pelo nosso organismo, capaz de provocar bem-estar temporário. Em obesos, auxilia na queima de calorias em até 25%, pois acelera o metabolismo. Alivia o nariz entupido e a fluidificação das secreções pulmonares, facilitanto a eliminação das secreções. Atua como expectorante. Quem sofre com gastrite, colite, diverticulite, úlcera ou hemorróidas devem evitar o uso diário. Pedaços de folhas ou dos frutos triturados com óleo ou outra gordura podem ser usados sobre furúnculos, abcessos e dor muscular.

Cranberry (combate infecção urinária). Antioxidante e estimula defesas do organismo no combate às infecções urinárias.

Salsa (recompõe energia). Suas folhas são ricas em vitaminas A e C e sais minerais. Seu suco é ótimo para recompor a energia. Também é indicado para tosse, rouquidão e falta de apetite. Auxilia nas hemorragias, inflamações por picadas de insetos e contusões.

Maçã (bom sono). Melhora a qualidade do sono.

Soja, grãos, farinha e leite de soja. (reduz taxa de colesterol. Previnem doenças do coração, reduz colesterol e sintomas da menopausa

Cenoura e abóbora (previnem câncer do intestino). Ricas em fibras e betacaroteno, protegem o organismo e previnem câncer de intestino e do reto.

Abacaxi (reduz inflamação). Ajuda a reduzir inflamação e fluidifica o muco do aparelho respiratório.

Tomate, morango e melancia (contra o câncer). Frutas ricas em licopeno. Protegem organismo contra o risco do câncer de próstata.

Gengibre (reduz náuseas). Reduz as náuseas de viagem, da gravidez e pós-quimioterapia.

Laranja, limão, acerola e caju (defesas em alta). Rica em vitamina C, estimula defesas do corpo.

Fonte: Daniella Barbosa, nutricionista clínica funcional e Henriqueta Sacramento, médica naturalista, homeopata, fitoterapeuta e membro da Sociedade Brasileira de Fitomedicina


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O LOBO NÃO É "MAU"

PESQUISA DERRUBA TEORIA DO "LOBO MAU"
 Animais de criação, como vacas e ovelhas, compõem menos de 1% de sua dieta.

Os cientistas coletaram mais de 3 mil amostras de fezes de lobo para identificar suas presas.

A alimentação do lobo (Canis lupus) é tema de muitas lendas e fábulas, que pintam o bicho como uma grande ameaça a animais domésticos ou seres humanos. De fato, os lobos são ótimos predadores. O perigo que a espécie representa a humanos e animais domésticos é, no entanto, superestimado, segundo cientistas do Instituto de Pesquisa Senckenberg, na Alemanha. Após anos estudando os hábitos alimentares do animal selvagem, a teoria do 'lobo mau' foi colocada abaixo.

O estudo descobriu que 96% das presas dos lobos são animais ungulados selvagens – mamíferos cujos dedos são providos de cascos. A maioria são corças (Capreolus capreolus), que somam 55,3%, seguidas pelos veados-vermelhos (Cervus elaphus), que são 20,8%, pelos javalis (Sus scrofa), que representam 17,7% da alimentação dos lobos, e pelas lebres, cerca de apenas 3%.

Além de analisar o que esses animais selvagens comem atualmente, a pesquisa também investigou como os hábitos alimentares mudaram ao longo dos últimos oito anos. Durante os primeiros anos, a proporção de veados vermelhos que eram consumidos pelo bicho era consideravelmente maior, enquanto a de corças era muito menor. Segundo a pesquisa, a mudança de padrões de alimentação está ligada a alterações nas condições ambientais. Nos últimos cinco anos, porém, a variedade da dieta se manteve constante.

Por fim, os cientistas concluíram que o perigo de lobos para os humanos é praticamente nulo. O estudo foi publicado no periódico Mammalian Biology.
 
                                               
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Wolf (Canis lupus) feeding habits during the first eight years of its occurrence in Germany

Onde foi divulgada: revista Mammalian Biology

Quem fez: Carina Wagner, Maika Holzapfel, Gesa Kluth, Ilka Reinhardt e Hermann Ansorge

Instituição: Instituto de Pesquisa Senckenberg, Alemanha

Dados de amostragem: 3.000 amostras de fezes de lobos

Resultado: A maior parte da alimentação dos lobos são espécies de cervídeos; animais de criação, como vacas e ovelhas, respondem por menos de 1% da dieta, o que mostra que os lobos não são uma ameaça para fazendas ou humanos.

Os pesquisadores coletaram mais de 3 mil amostras de fezes de lobos que vivem na Alemanha e procuraram evidências de suas presas, como pelos, ossos, cascos e dentes não digeridos. Com esses dados, os zoólogos puderam detalhar a dieta do carnívoro e chegaram a resultados tranquilizadores. Apenas 0,6% da biomassa encontrada era de animais de criação, como vacas e ovelhas, e não foi encontrado nenhum vestígio humano.

Fonte:

sábado, 11 de janeiro de 2014

PRESERVAÇÃO DOS LOBOS

O LOBO E AS GALINHAS

Projeto na Serra da Canastra constrói galinheiros para salvar a espécie guará da extinção


Quando o sol se põe entre as montanhas da Serra da Canastra, nos confins das Minas Gerais, cobre de ouro imensidões de terras. A vegetação rasteira, dourada, a perder de vista, esconde espécies que só existem ali, às margens da nascente do São Francisco, a 320 quilômetros de Belo Horizonte. A Canastra guarda mesmo jóias incalculáveis. Plantas que só nascem em seu solo e em nenhum outro lugar do mundo, gente apegada às tradições, água fresca jorrando farta nos rios – e o lobo-guará.
Há tempos esse lobo magro, elegante em suas longas e negras pernas, figura nas listas dos animais ameaçados de extinção no Brasil. É tímido, solitário, discreto. Mas, apenas por ser lobo, ganhou fama de mau. Mesmo perdendo espaço em tantos cantos do país, com a diminuição das áreas de Cerrado, na Canastra ele encontra refúgio. O parque nacional instalado desde a década de 1970 garantiu proteção para que a espécie crescesse e se reproduzisse; porém, lobos não reconhecem limites e, de vez em quando, um ou outro pula a cerca. Cai em propriedades vizinhas, onde não é visto com bons olhos.
Ele gosta mesmo é de frutas. Tanto que até batizou uma em particular, a fruta-do-lobo, sua preferida. Mas também fazem parte da dieta pequenos roedores e aves, como a codorna silvestre. Como essas presas andam cada vez mais sumidas, acaba atacando as galinhas da região. Em São Roque de Minas, uma das cidades que circundam a serra, galinha ainda é caipira,  criada solta no terreiro. Vira presa fácil para o visitante. E, assim, o lobo vira a dor de cabeça dos fazendeiros prejuízo. É bem verdade que ele não age sozinho. Gambás, jaguatiricas, furões, iraras e gaviões também comem as galinhas, mas quem normalmente leva a culpa é o lobo. Em retaliação às perdas causadas na propriedade, não são raros os que decidem caçar o invasor.
 “Já encontramos lobos doentes, baleados, atropelados e até mortos”, diz Jean Pierre Santos, mineiro de nome francês. Cresceu no sobe e desce das montanhas, acompanhando os pais, funcionários do parque desde a fundação. Santos sempre soube reconhecer os rastros dos bichos, os sons de cada espécie, porque sempre esteve entre elas. Tanto conhecimento adquirido na lida no mato rendeu emprego ao lado de alguns dos maiores ambientalistas do Brasil e do mundo. Estimulado por eles, foi natural que entrasse na faculdade de biologia. Estudou, formou-se. Teve convite para se mudar, mas decidiu manter ali, firmes, suas raízes.

Há 13 anos faz parte do projeto Lobos da Canastra, do Instituto Pró-Carnívoros, que pesquisa lobos, onças e jaguatiricas país afora. E logo percebeu que seria impossível sensibilizar o produtor rural a proteger o lobo se ele continuasse tendo prejuízos na criação.

“Matutou” um bom tempo, como ele mesmo diz, até chegar à conclusão: para salvar a vida dos lobos, só mesmo protegendo as galinhas. Propôs a dez fazendeiros construir galinheiros e manter as aves cercadas durante todo o dia. Não um galinheiro qualquer... Idealizou um projeto amplo, coberto, para que os animais não sofressem com o forte calor do verão e ainda tivessem espaço para circular sossegados. Como se não bastasse, instalou poleiros e ninhos, posto que os ovos também costumavam “desaparecer”.

Para viabilizar o projeto, conseguiu financiamento do governo dos Estados Unidos, apoio da Fundação de Proteção da Natureza Disney e do Ibama para comprar o material: fortes vigas de madeira, telhas e tela reforçada, para evitar que jaguatiricas e iraras puxem as aves para o lado de fora. Cada galinheiro custa cerca de R$ 1.400. Em troca, o produtor rural se compromete a preservar a mata ciliar e as árvores do Cerrado que ainda existirem na fazenda, cumprir a legislação ambiental e, claro, manter as galinhas presas. E não é que deu certo?"As galinhas protegidas não ficam apenas livres dos ataques dos predadores, mas também são menos vulneráveis às condições climáticas, adoecem menos ", conta Santos.

Seu Onésio Leite da Silva tem propriedade em São Roque de Minas desde 1998. A fazenda sobrevive da fabricação de queijos e da venda de ovos e frangos. Chegou a perder 50 galinhas por ano predadas pelo lobo e seus companheiros de caçada. Cansou-se de ver o lobo se servindo de sua criação, mas nunca reagiu. “Eu não caço porque fico com pena. Quando eles atacam as galinhas, só querem matar a fome”.
Há três meses, ele e a mulher aceitaram o desafio de prender as aves. Há três meses, os ataques acabaram. “Estou gostando muito. Antes, elas dormiam nas árvores. Quando chovia, ficavam muito molhadas. Algumas ficavam doentes e morriam. Estão mais saudáveis”, conta ele.

Outros fazendeiros engrossam a lista dos satisfeitos. Depois dos primeiros galinheiros à prova de lobos prontos, a ideia de criar aves em cativeiro ganhou adeptos. Já tem até lista de espera pela construção.

Os mais apressadinhos instalaram cercas por conta própria. Desde o início do ano, mais 50 estruturas estão sendo montadas usando material reciclável. Os resultados animam proprietários rurais e ambientalistas.

“Desde a construção dos primeiros galinheiros, tivemos uma mudança positiva na aceitação dos lobos na região e uma queda significante no número de animais caçados. Pelas nossas estimativas, um só galinheiro salva a vida de quatro a cinco lobos. É uma ferramenta de conservação”, explica o coordenador do projeto, Rogério Cunha de Paula, do Centro de Conservação dos Carnívoros do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.






sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A FORÇA DAS FORMIGAS

Como pode a formiga erguer objetos mais pesados do que ela própria?

Proezas como as da saúva, capaz de levantar 14 vezes o seu peso e percorrer 1 quilômetro por dia - o equivalente, para um ser humano, a erguer 1 tonelada e ir de São Paulo a Buenos Aires num só dia -, só são possíveis em animais de tamanho reduzido. Nessas dimensões, a massa do corpo torna-se desprezível perto da força muscular. Não é o que acontece com um elefante, por exemplo, que tem de carregar um corpo proporcionalmente mais pesado, sendo incapaz de levantar seu próprio peso. Isso acontece porque, à medida que o corpo aumenta, o peso cresce mais do que a força muscular. Além disso, a formiga tem um corpo bem adaptado para o transporte de cargas, com um esqueleto extremamente leve e seis patas sobre as quais pode distribuir o peso da carga.


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

REFLEXÕES SOBRE A EDUCAÇÃO


REFLEXÕES DE UM PROFESSOR MUNICIPAL SOBRE A EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Sobre o trabalho dos professores
O papel de um professor é o de contribuir para a transmissão e compartilhamento de conhecimentos aos alunos, bem como acompanhar o desenvolvimento cognitivo, social e intelectual durante o ano letivo de cada um. O Sistema de Ensino no Brasil ainda está atrasado. É comum em cursos de Licenciaturas, por exemplo, que os Professores Universitários preguem a idéia de que na sala de aula os alunos devem construir conhecimentos sob a tutela do professor regente. Isso é muito bonito no discurso, mas inviável na prática por vários motivos, sendo um deles que a construção de novos conhecimentos requer a aplicação de normas técnicas/científicas e precisam ser aprovados pelas Universidades e Institutos Federais, seguindo as normativas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) entre vários outros critérios científicos.

Toda Escola de Ensino Fundamental e Médio no Brasil, deveria estar diretamente ligada a uma ou mais Universidades e/ou a um ou mais Institutos Federais. De fato isso não ocorre. Nós professores públicos municipais, por não termos acesso direto aos meios acadêmicos rotineiramente, temos que assumir o papel por conta própria de compartilhar o que sabemos com nossos alunos e avaliar todo o tempo se aquilo que ensinamos está sendo assimilado por eles.

É inviável aliar ensino e pesquisa de qualidade aos professores que tem uma jornada de trabalho com 02 turnos/dia, período mínimo para se ter um salário melhor no final de cada mês trabalhado. Imagina então construir conhecimentos com a participação dos alunos sem estar alivanhado com as Universidades e Institutos de Ensino? Ao ser ensinado nos cursos de Licenciatura ao futuro docente, que o aluno na sala de aula deve construir conhecimentos, as Universidades demonstram estar longe da realidade do ensino brasileiro. De uma maneira geral, a ideia que se transmite no país é que um professor é aquele que deve estar em sala de aula durante todo o ano letivo. Para o professor estar lecionando e ao mesmo tempo produzindo conhecimentos, demandaria seu afastamento de sala pelo menos um turno de trabalho.

O professor deve estar em contínuo estudo e atualização, tanto sobre os conteúdos que leciona, quanto com a literatura produzida pelos teóricos da Educação. Na medida do possível, o professor deve estar atento aos avanços tecnológicos, comprar equipamentos para usar em seu trabalho, comprar livros, revistas e fazer os cursos necessários para sua contínua aprendizagem.

Outras características que devem ser perseguidas pelos professores são: ter dinamismo em sala de aula, estar atento às discussões ideológicas, sociais, culturais de seu município, estado, país, o que não é fácil, devido ao pouco tempo que sobra em relação à intensa carga horária que deve ser cumprida rigorosamente dentro da sala de aula. Deve também estudar o máximo de pensadores da educação (com todo o direito de discordar de muitos deles), conhecendo seus objetivos e propostas e por em prática as teorias pedagógicas bem sucedidas, adequando-as a sua realidade vivenciada na escola.

 O professor deve conhecer bem o regimento da Escola em que trabalha, atentar-se a Lei das Diretrizes e Bases da Educação (LDB), conhecer os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) em relação à disciplina que leciona e ter bem próximo de si Constituição Federal Brasileira (CF). O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) também deve fazer parte da literatura conhecida pelo professor. Conhecer bem sua disciplina transmiti-la com clareza, ter o controle da turma e saber direcionar o processo de ensino e aprendizagem, além de submeter-se a hierarquia dentro da Escola, são importantes quesitos que devem permear o trabalho de um bom professor.

Para cada situação encontrada na sala, o professor deve aplicar metodologias adequadas. Assim, reforço que o professor deve conhecer os vários métodos e modelos pedagógicos de ensino/aprendizagem e na medida do possível, adaptar esses modelos de acordo com a realidade e contexto em que trabalha.

Da formação continuada
Infelizmente, a formação continuada com custo zero para o professor é mais propaganda de governo do que verdade real. Na maioria das vezes, o professor faz cursos arcando do bolso com todas as despesas. Uma contínua formação é de grande importância para o profissional em educação. Deveria ser ofertada de tempo em tempo durantes alguns meses do ano, sendo custeadas pelo governo federal em parcerias com o estadual e municipal. Todo o conhecimento é válido, mesmo para ser contestado.  Não existem cursos perfeitos. Não existe formação perfeita. O professor, sempre que possível, deve estar em contato com as atualizações do conhecimento que ocorrem numa velocidade muito grande na sociedade atual. Fato é que não dá para estar sempre fazendo cursos e custeando todas as despesas decorrentes deles e ao mesmo tempo trabalhando dois ou até mesmo três turnos diferentes durante o período de 24 horas.

Escassez de ferramentas para avaliação do trabalho do professor:
Falta em nosso país a mensuração do trabalho dos professores. Qualidade deve ser medida. Para medir, devem-se ter parâmetros. Esses parâmetros não devem ser elaborados pelas pessoas que serão avaliadas. Caso isso ocorresse, cada qual iria criar parâmetros para ser favorecido. Em outras palavras: quem é avaliado não deve avaliar-se. Por não possuir os resultados de parâmetros sérios ligados a medição da qualidade do trabalho dos professores brasileiros, não se pode julgar a bel prazer à qualidade do ensino em nosso país. A rede, seja municipal, estadual ou federal, deveria ter acesso a um conjunto de ferramentas transparentes e verdadeiras que pudessem ajudar na medição da qualidade do estudo oferecido em todas as Escolas do Brasil. O Ministério da Educação (MEC) deveria fiscalizar a aplicação dessas ferramentas e reavaliá-las de tempo em tempo, fazendo as devidas adequações quando fosse o caso. Infelizmente isso ainda não ocorre como padrão em nossas escolas ou ocorre de maneira insatisfatória. Um exemplo da falta de qualidade na medição da qualidade das Escolas é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica  (Ideb) criado no ano de 2007 pelo governo federal e aplicado nas Escolas Públicas em todo o país. O uso de pelo menos um parâmetro pouco confiável, que é a taxa de rendimento escolar (aprovação) permite que as Escolas Brasil afora, aprovem o máximo possível de alunos para no final da obtenção da média do Ideb, essa indique uma melhoria do ensino, quando pode estar ocorrendo o contrário disso.

Das cobranças
Uma pergunta que sempre bate a porta de um professor para desafiá-lo e muitas vezes para jogar sobre seus ombros toda a responsabilidade que se atribui ao processo educacional é a seguinte: Professor, seus objetivos com seus alunos estão sendo atingidos ao longo do tempo? Mais uma vez precisar-se-ia de parâmetros confiáveis para poder produzir dados que pudessem nos orientar em relação aos reais objetivos que se busca na Escola.

Entendo que a educação é um todo. Pais, professores, coordenadores, supervisores, inspetores, diretores, secretários municipais e estaduais de educação, Ministério da Educação, sociedade civil organizada, entre tantos outros atores são figuras importantes que deveriam estar fazendo essa pergunta e construindo caminhos para respondê-la. Mas, de fato, essa pergunta é dirigida apenas ao professor, e espera-se dele uma resposta que venha dar conta dos sucessos e insucessos da educação brasileira. De uma forma geral, posso responder essa pergunta assim: um professor comprometido com a Educação tem como objetivo principal ver o sucesso de seus alunos na vida.

O professor de uma forma geral é cobrado para transmitir saberes aos alunos. Porém, quem muitas vezes cobra isso do professor, esquece-se que algumas vezes os alunos só almejam ‘passar de ano’. Há o grupo de alunos que estão na Escola obrigados pela família enquanto os pais trabalham ou para que os pais fiquem ‘livres’ de seus filhos por uns momentos. Alguns alunos freqüentam a Escola pela merenda. Outros, inclusive, têm a merenda apenas como único lanche do dia. Existe o grupo de alunos que não gosta de estudar, mesmo com a insistência da família. Outros usam a Escola para venda de drogas, outros para passar o tempo. Claro: há alunos que realmente valorizam a Escola e almejam com seus estudos romper barreiras e alcançar objetivos pessoais. Por isso o professor deve estar sempre bem preparado.

Muitos estudiosos em Educação projetam como deve ser um professor ideal e esquecem do professor real, de carne e osso, que também tem família, que também espera que seus filhos alcancem sucesso na vida, que espera um dia ser valorizado economicamente neste país tão desigual.

Conclusão
A Escola hoje está ligada às contradições sociais, econômicas e culturais que fazem parte do próprio dinamismo da sociedade. Nessa sociedade encontramos termos como ‘globalização’, ‘inovações’, ‘sociedade do saber’, ‘novas tecnologias de informação e comunicação’. A sociedade busca na Escola uma resposta sobre como alcançar ‘desenvolvimento’ e se adequar diante das transformações rápidas e profundas que vivemos.  Nesse ponto a sociedade, lança seu olhar para a Escola e espera-se que o professor tenha condições de responder pelos erros/acertos sociais e econômicos da sociedade.

Os erros e acertos na Educação não são construídos sozinhos, de forma isolada, mas dependem de uma série de relações que se forem mal conduzidas, podem levar ao fracasso. Assim termino reforçando que os objetivos buscados na Escola não devem ser individuais, mas sim, de toda a sociedade. Importante ressaltar que o professor não deve carregar sobre si, nem os méritos nem o opróbrio do Sistema Educacional em que estiver inserido: basta apenas tentar fazer sempre o seu melhor, sem culpas, sem desmerecimentos.

Por: Neemias Alvarenga de Souza 
Texto iniciado em 23/12/2013 e finalizado em 27/12/2013.


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

INSTITUIÇÕES DE ENSINO NO BRASIL

UM OLHAR SOBRE AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO NO BRASIL

Introdução
Uma Instituição de Ensino pode ser definida como um local onde a construção dos processos que geram o ensino e a aprendizagem esteja legalmente constituída pelos órgãos que regem e regulamentem a educação em todas as suas modalidades, quer seja, presencial, semipresencial ou à distância.  A definição acima não é tão específica, mas vou tentar aprofundá-la discorrendo a seguir um pouco mais sobre o tema.

Discussão
Uma Instituição de ensino de âmbito nacional pode ser ‘uma entidade onde se promove o ensino-aprendizagem, em todos os níveis de ensino, seja pública ou privada, mas legalmente reconhecida pelo Ministério da educação e cultura - MEC e vinculas ao sistema nacional de ensino em uma das instâncias federal, estadual ou municipal. ’ Toda Instituição, quer púbica ou privada deveria seguir as normativas da Lei das Diretrizes Básicas da Educação (LDB) e possuir propostas pedagógicas orientadas pela referida Lei. A fiscalização local do cumprimento da LDB cabe as secretarias municipais e superintendências regionais de educação.

A Instituição de ensino ou educacional é um ambiente onde o trabalho deveria acontecer em equipe, incluindo todos profissionais da educação, o educando, sua família e comunidade, além de outras instâncias parceiras. Ela deveria ser um ambiente de compartilhamento de conhecimento mútuo, em que o professor pudesse atuar como mediador da aprendizagem e o aluno participasse de forma ativa neste processo. 

Ela deve ser dotada de estrutura física específica, conforme a demanda dos cursos nela oferecidos, ‘considerando seus recursos humanos, suportes tecnológicos, psico-pedagógicos e científicos’ para que possa encarregar-se da contínua formação dos indivíduos. Ela deve promover a formação integral dos alunos, educando-os não só para o exercício consciente da cidadania, mas também adotando a perspectiva de articulação entre as diferentes áreas de conhecimento, levando em consideração a transdisciplinaridade e evitando a adoção de conteúdos fragmentados. Muitas vezes, parece existir um fosso entre o que é estudado e a realidade rotineira dos alunos.

No Brasil, uma Instituição pode, de uma maneira geral, ser dividida em vários níveis de ensino, a saber: Infantário (creches, centros de educação infantis, maternais), Escola ou Colégio (nível fundamental, médio e cursos técnicos), Universidade (nível superior e Pós-graduação) e Cursinhos (pré-vestibular e preparatório para concursos), nas Instituições Civis (públicas e particulares). Devem ser citadas as Instituições Militares (Marinha, Exército, Aeronáutica e Academias de Formação Policial) e as Escolas de Formação Religiosa (Mosteiros, Conventos, Internatos, Escolas Teológicas...) entre outras.

Uma das questões que devem ser questionadas numa Instituição Educacional é a ‘comercialização do ensino’ quando este é feito sem rigor científico e com preços abusivos. Nesse sentido, cabe ao Ministério da Educação impor regras que dificultem a venda de diplomas por Instituições que não primam pela seriedade e transparência de suas ações.   

Pode-se até diagnosticarem muitas deficiências em nossas Instituições de Ensino, mas não se sabe direito quais são suas razões exatas. De qualquer modo, o indício mais evidente de algumas dessas deficiências é que parte da população de crianças que ingressam nas escolas não consegue concluir satisfatoriamente sua jornada escolar de nove anos mínimos e obrigatórios; processo este que se convencionou nomear como ‘fracasso escolar’, e que pode ser constatado no simples fato de que um considerável número das pessoas à nossa volta, egressos do contexto escolar, parece ter uma história de inadequação ou insucesso nesse período de estudos.

Talvez este seja um dos grandes problemas enfrentado pela Escola de Ensino Fundamental nos dias de hoje, em especial na Região Norte e Nordeste e que dá ao Brasil um lugar bastante desconcertante quando em comparação com os outros países. Mais precisamente, os índices de retenção e evasão escolar no país são semelhantes aos de países africanos como a Nigéria e o Sudão. Lastimável.

Quando se investiga a qualidade do ensino ministrado entre aqueles que permaneceram na Instituição Educacional, o quadro também é desolador. É notório, por exemplo, em nosso sistema educacional que se aprovem até os que não conseguem interpretar suas próprias idéias. Paira um ‘mal-estar’ sobre as Instituições Educacionais Públicas Brasileiras e algumas vezes isso é refletido no trabalho do professor. A própria imagem social das Instituições parece estar em perigo de tal maneira que os profissionais da área acabam acometidos, por exemplo, de uma espécie de falta de credibilidade profissional.

É certo, pois, que grande parte dos problemas que enfrentamos como categoria profissional, inclusive no interior da sala de aula, parece ter relação imediata com essa falta de credibilidade e, por extensão, de nossa atuação enquanto educador. Se a imagem social da escola está ameaçada, a ideia de cidadania no Brasil pode estar comprometida também, uma vez que não há cidadania sustentável sem escola de qualidade.
Deve-se considerar também de que forma as Universidades tem preparado e ministrado seus cursos de formação de professores, fato que não adentrarei em detalhes neste texto.

Vivemos hoje num cenário de profundas mudanças globais, em que as ‘Instituições Educacionais vêm sendo intensamente analisadas, discutidas e criticadas no que se refere à exigência em cumprir seu papel’. Por isso, a qualidade que o sistema educacional precisa ofertar à comunidade deve ser pautada constantemente de uma contínua discussão que venha aprimorar as funções básicas da Instituição principalmente levando em consideração que vivemos num planeta que está em constantes transformações em todas as áreas, incluindo aquelas relacionadas à construção e compartilhamento do conhecimento. ‘Sem conhecimento formal, não há a possibilidade de o cidadão ter acesso, aos seus direitos constituídos no mundo globalizado e capitalista em que vivemos’.

Tornar-se cidadão não se restringe apenas ‘ao direito do voto’, fato muito alardeado nos meios de comunicação, principalmente o televisivo, em momentos de eleições. Porém, quanto menor for à escolaridade de uma pessoa, menores também serão suas chances de acesso às oportunidades que o mundo real oferece. A cidadania não se restringe apenas na capacidade de escolha livre de um governante, mas, sobretudo de que essa escolha venha ser feita de forma consciente e isso requer amadurecimento moral e intelectual.

Uma Instituição Educacional deve estar apta para proporcionar esse amadurecimento aos seus alunos. Ela deveria estar preocupada com o indivíduo enquanto cidadão que contribui para a transformação da sociedade. Por isso, as políticas públicas e privadas deveriam ser direcionadas para a melhoria da qualidade do ensino em todos os seus níveis.

Conclusão
Afirmo minha crença de que uma das ferramentas que podem ajudar nas mudanças e melhorias da Educação em nosso país é a utilização dos recursos tecnológicos com objetivos bem definidos, além da contínua atualização dos professores em suas respectivas especialidades e quem sabe, a melhoria dos salários base pago aos professores brasileiros. Já temos instituído no país um Piso Nacional para a categoria.

O papel dos cursos em Educação a distância e semi-presenciais  poderão contribuir de forma positiva, desde que haja empenho politico no sentido não só em relação aos  investimentos financeiros necessário a implantação destes cursos, mas também na busca de ações que venham  assegurar que essas novas modalidades alcancem os objetivos para as quais foram criadas.

Cabe ressaltar  que a tecnologia, com seus recursos poderá  trazer uma nova concepção de educação, que auxilie na construção de conhecimentos, porém,  deve-se ter claro de que ela deve ser usada em todas as modalidades de ensino, incluindo aí o ensino presencial e que não deve haver disputas entre quaisquer modalidades que tenham como objetivos contínuos a construção e o compartilhamento de saberes.

Por: Neemias Alvarenga de Souza.                        
Texto iniciado em 10/12/2011 e concluído em 29/12/2013.




quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

SABERES ANTIGOS E ATUAIS

SUPERANDO DESAFIOS: SABERES ANTIGOS E ATUAIS.

Breve histórico:
Rápidas mudanças ocorrem hoje no planeta na esfera social, econômica, cultural, tecnológica e política. Em épocas remotas da história humana no planeta, a humanidade também se utilizou de maneiras diversas para produzir conhecimentos, mas pelo que se pode perceber, numa velocidade menor do que hoje. É sabido que nossos ancestrais, com o objetivo de diversificar sua dieta alimentar, domesticaram animais selvagens e praticaram a agricultura de subsistência, produzindo os conceitos iniciais da ecologia e agricultura.  Muitas culturas humanas explicavam a origem do ser humano a partir de lendas, rituais e histórias elaboradas pelos pais, repassados aos filhos.

Vencer os desafios de um mundo até então desconhecido foi o primeiro passo no sentido de garantir o estabelecimento do ser humano no planeta e com isso produzir conhecimentos ligados diretamente à rotina do homo sapiens. Entendo então, que o termo ‘sociedade da informação e conhecimento’, amplamente divulgado em nossos dias, não deveria ser rotulado como resultado apenas da época atual, pois em cada época, desde a pré-história, o ser humano, na busca por compreender a natureza que o cercava e para satisfazer suas necessidades básicas de sobrevivência individuais e/ou em grupo, produziu conhecimentos a partir das informações decodificadas num determinado contexto histórico, utilizando-se de muita criatividade para superar ausência de recursos tecnológicos sofisticados.

Hoje, com as possibilidades tecnológicas aliado ao acúmulo dos conhecimentos produzidos, vivemos um período de rápidas transformações quando comparados à civilização ancestral. Admiro várias civilizações antigas que não tendo acesso as facilidades tecnológicas atuais, conseguiram produzir a base de vários conhecimentos científicos que norteiam segmentos da moderna ciência até os dias de hoje. Por isso, discorrer sobre as mudanças na educação quer seja a partir do currículo e/ou metodologias no ensino-aprendizagem, quer seja para analisar os fazeres e saberes num determinado espaço e tempo requer um importante retorno ao passado, não para desqualificação do que ocorreu, mas para entendimento de que em cada época, há um contexto social inserido que pode nortear o desenvolvimento de determinados padrões culturais, educacionais e até espirituais.

A produção de novas tecnologias parece estar ligada ao interesse de dominância no âmbito político de grupos, de facções, de países, a partir do emprego de conhecimentos produzidos e adquiridos a partir de ferramentas que estão ou estarão à disposição das pessoas hoje ou no futuro. Somos constituídos de natureza humana que tende a satisfação de interesses pessoais ou de grupos cada vez mais imediata. De tudo que se sabe sobre nossa espécie, pode-se afirmar que por mais que procuremos pregar democracia e igualdade de condições ao conhecimento para todos os habitantes do planeta, aumentando o acesso aos diversos meios de comunicação, modificando currículos, mudando práticas de ensino-aprendizagem, produzindo novas metodologias educacionais, mesmo assim, o ser humano continuará a usar estratégias de subjulgamento em benefício próprio e / ou de um grupo dominante do qual ele fizer parte.

Um pouco sobre as tecnologias:
Com o advento das atuais tecnologias, convencionou-se classificar o período educacional, pelo menos no Brasil como Educação Tradicional, aquela voltada na centralização de um ser que tudo sabe, vê e entende (o professor) e a Educação Atual ou Contemporânea, aquela que tem como importante instrumento de trabalho entre outras, a Internet e em que o professor deve atuar, entre outras atribuições, como mediador de conhecimento. Essa segunda forma de educação tem sido amplamente divulgada como sendo a ‘Era da Cultura Digital’ quando se apóia de forma intensa no uso dos aparatos tecnológicos. Dentro desse novo contexto, espera-se que haja compartilhamento do saber, em detrimento ao ensino minoritário que era acessível apenas a poucas camadas sociais no passado. Muitos estudiosos atuais, inclusive usam o termo ‘Revolução da Informação’ para designar o momento atual que vivemos hoje no contexto educacional e cultural.


A escola institucionalizada formal pública, ou em outras palavras, as Instituições de Ensino Brasileiras, deveria também estar acompanhando o desenvolvimento que tem levado a esta dita revolução. Para isso seriam necessárias mudanças que pudessem levar as produções curriculares e metodológicas menos rígidas, levando-se a produção de um saber que não restringisse o aprendiz. A restrição pode ocorrer, por exemplo, quando as novas tecnologias não estimulam o indivíduo a pensar, ter independência e autonomia. Por isso, é de crucial importância qualquer Instituição de Ensino estar provida com bom referencial curricular (fato que será tratado adiante) e educadores que atuem como agentes de transformação social.

A escola se constitui por pessoas, e obviamente essas pessoas devem estar em constante aprimoramento, discussão, construções, desconstruções, permissivas às mudanças, atentas a novas tecnologias, a fim de terem o máximo de referências para intervir de forma concreta no mundo real, e assim, ajudar na construção de uma humanidade que discuta temas de interesse local e global, tais como a ‘sustentabilidade’, a ‘virtualidade’, a interação entre as diversas disciplinas curriculares, aquecimento global, exploração dos recursos naturais, violência, drogas, distribuição econômica e social desproporcional, analfabetismo, discriminação, entre outros.

A escola deve estar preparada para ajudar na oferta de um saber que possa atingir todos os segmentos sociais.  Embora o capitalismo e a globalização possam oferecer algumas desvantagens tais como ‘a produção de homogeneização e perca de particularidades culturais’ (segundo alguns autores), o fato é que caminhamos, para um mundo cada vez mais afinado com essa tendência global e a escola deve estar atenta para propor discussões e ações que venham contribuir para melhorar a vida de seus aprendizes dentro deste contexto sócio-econômico.

Conclusão:
Neste cenário internacional, de rápidas mudanças tecnológicas a escola deve estar em contínua vigilância e alerta para prover ensino qualitativo aos que por ela passam, levando seus aprendizes a adquirir conhecimentos que os levem a entender o contexto histórico e social onde estão inseridos e que os conhecimentos construídos na/pela escola possam atenuar que os aprendizes venham a ser peças de dominação inconscientes permitindo aos alunos apropriar-se de instrumentos que ajudem a produzir modificações sociais, entre elas, a melhoria de sua própria condição.

A escola deve propor uma ordem social menos excludente e, portanto mais justa. Para isso, ela deve possuir, entre outros instrumentos de apoio, um currículo flexível, que tenha metas bem definidas e claras para organização de conhecimentos que não sejam fechados em si mesmos; um currículo que venha sempre ser aperfeiçoado e renovado, levando em consideração o contexto real em que a escola está inserida. Esse currículo deve prever algumas considerações que devem pautar um debate contínuo, tais como o reconhecimento das diferenças religiosas e de diferenças étnico-raciais, entre outras. Sabemos, porém, quão difícil é na prática, trabalhar as diferenças. Em muitos casos em nossas escolas públicas, tende-se a homogeneizar o fazer pedagógico, considerando a complexidade e o trabalho que pode ocorrer ao se tentar trabalhar as diferenças encontradas numa sala de aula.

As nossas escolas devem pensar a importância da construção de um projeto político-pedagógico que ajude a romper a homogeneização escolar enfatizando a importância dos saberes que os nossos aprendizes possuem, utilizando-os junto aos saberes escolares na tentativa de compartilhar novos conhecimentos a partir da junção dos saberes antigos e atuais. Espera-se que a escola venha ganhar um sentido mais concreto que não seja tão distante da rotina de vida de seus alunos.

Por: Neemias A. Souza,
Texto iniciado em 28 de dezembro de 2010 e finalizado em 28/12/2013.


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