UM OLHAR SOBRE AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO NO
BRASIL
Introdução
Uma Instituição de Ensino pode
ser definida como um local onde a construção dos processos que geram o ensino e
a aprendizagem esteja legalmente constituída pelos órgãos que regem e regulamentem
a educação em todas as suas modalidades, quer seja, presencial, semipresencial
ou à distância. A definição acima não é
tão específica, mas vou tentar aprofundá-la discorrendo a seguir um pouco mais
sobre o tema.
Discussão
Uma Instituição de ensino de âmbito
nacional pode ser ‘uma entidade onde se promove o ensino-aprendizagem, em todos
os níveis de ensino, seja pública ou privada, mas legalmente reconhecida pelo
Ministério da educação e cultura - MEC e vinculas ao sistema nacional de ensino
em uma das instâncias federal, estadual ou municipal. ’ Toda Instituição, quer
púbica ou privada deveria seguir as normativas da Lei das Diretrizes Básicas da
Educação (LDB) e possuir propostas pedagógicas orientadas pela referida Lei. A
fiscalização local do cumprimento da LDB cabe as secretarias municipais e superintendências
regionais de educação.
A Instituição de ensino ou educacional
é um ambiente onde o trabalho deveria acontecer em equipe, incluindo todos
profissionais da educação, o educando, sua família e comunidade, além de outras
instâncias parceiras. Ela deveria ser um ambiente de compartilhamento de
conhecimento mútuo, em que o professor pudesse atuar como mediador da
aprendizagem e o aluno participasse de forma ativa neste processo.
Ela deve ser dotada de estrutura
física específica, conforme a demanda dos cursos nela oferecidos, ‘considerando
seus recursos humanos, suportes tecnológicos, psico-pedagógicos e científicos’
para que possa encarregar-se da contínua formação dos indivíduos. Ela deve
promover a formação integral dos alunos, educando-os não só para o exercício
consciente da cidadania, mas também adotando a perspectiva de articulação entre
as diferentes áreas de conhecimento, levando em consideração a
transdisciplinaridade e evitando a adoção de conteúdos fragmentados. Muitas
vezes, parece existir um fosso entre o que é estudado e a realidade rotineira
dos alunos.
No Brasil, uma Instituição pode,
de uma maneira geral, ser dividida em vários níveis de ensino, a saber: Infantário (creches, centros de educação
infantis, maternais), Escola ou Colégio (nível fundamental, médio e cursos
técnicos), Universidade (nível superior e Pós-graduação) e Cursinhos
(pré-vestibular e preparatório para concursos), nas Instituições Civis
(públicas e particulares). Devem ser citadas as Instituições Militares
(Marinha, Exército, Aeronáutica e Academias de Formação Policial) e as Escolas
de Formação Religiosa (Mosteiros, Conventos, Internatos, Escolas Teológicas...)
entre outras.
Uma das questões que devem ser
questionadas numa Instituição Educacional é a ‘comercialização do ensino’ quando
este é feito sem rigor científico e com preços abusivos. Nesse sentido, cabe ao
Ministério da Educação impor regras que dificultem a venda de diplomas por
Instituições que não primam pela seriedade e transparência de suas ações.
Pode-se
até diagnosticarem muitas deficiências em nossas Instituições
de Ensino, mas não se sabe direito quais são suas razões exatas. De qualquer
modo, o indício mais evidente de algumas dessas deficiências é que parte da
população de crianças que ingressam nas escolas não consegue concluir
satisfatoriamente sua jornada escolar de nove anos mínimos e obrigatórios;
processo este que se convencionou nomear como ‘fracasso escolar’, e que pode
ser constatado no simples fato de que um considerável número das pessoas à
nossa volta, egressos do contexto escolar, parece ter uma história de
inadequação ou insucesso nesse período de estudos.
Talvez este seja um dos grandes problemas
enfrentado pela Escola de Ensino Fundamental nos dias de hoje, em especial na
Região Norte e Nordeste e que dá ao Brasil um lugar bastante desconcertante
quando em comparação com os outros países. Mais precisamente, os índices de
retenção e evasão escolar no país são semelhantes aos de países africanos como
a Nigéria e o Sudão. Lastimável.
Quando se investiga a qualidade
do ensino ministrado entre aqueles que permaneceram na Instituição Educacional,
o quadro também é desolador. É notório, por exemplo, em nosso sistema
educacional que se aprovem até os que não conseguem interpretar suas próprias
idéias. Paira um ‘mal-estar’ sobre as Instituições Educacionais Públicas Brasileiras
e algumas vezes isso é refletido no trabalho do professor. A própria imagem
social das Instituições parece estar em perigo de tal maneira que os
profissionais da área acabam acometidos, por exemplo, de uma espécie de falta
de credibilidade profissional.
É certo, pois, que grande parte
dos problemas que enfrentamos como categoria profissional, inclusive no interior
da sala de aula, parece ter relação imediata com essa falta de credibilidade e,
por extensão, de nossa atuação enquanto educador. Se a imagem social da escola
está ameaçada, a ideia de cidadania no Brasil pode estar comprometida também,
uma vez que não há cidadania sustentável sem escola de qualidade.
Deve-se considerar também de que forma as Universidades tem preparado e ministrado seus cursos de formação de professores, fato que não adentrarei em detalhes neste texto.
Deve-se considerar também de que forma as Universidades tem preparado e ministrado seus cursos de formação de professores, fato que não adentrarei em detalhes neste texto.
Vivemos hoje num cenário de profundas
mudanças globais, em que as ‘Instituições Educacionais vêm sendo intensamente
analisadas, discutidas e criticadas no que se refere à exigência em cumprir seu
papel’. Por isso, a qualidade que o sistema educacional precisa ofertar à
comunidade deve ser pautada constantemente de uma contínua discussão que venha
aprimorar as funções básicas da Instituição principalmente levando em
consideração que vivemos num planeta que está em constantes transformações em
todas as áreas, incluindo aquelas relacionadas à construção e compartilhamento
do conhecimento. ‘Sem conhecimento formal, não há a possibilidade de o cidadão
ter acesso, aos seus direitos constituídos no mundo globalizado e capitalista
em que vivemos’.
Tornar-se cidadão não se
restringe apenas ‘ao direito do voto’, fato muito alardeado nos meios de
comunicação, principalmente o televisivo, em momentos de eleições. Porém,
quanto menor for à escolaridade de uma pessoa, menores também serão suas
chances de acesso às oportunidades que o mundo real oferece. A cidadania não se
restringe apenas na capacidade de escolha livre de um governante, mas,
sobretudo de que essa escolha venha ser feita de forma consciente e isso requer
amadurecimento moral e intelectual.
Uma Instituição Educacional deve
estar apta para proporcionar esse amadurecimento aos seus alunos. Ela deveria
estar preocupada com o indivíduo enquanto cidadão que contribui para a transformação
da sociedade. Por isso, as políticas públicas e privadas deveriam ser direcionadas
para a melhoria da qualidade do ensino em todos os seus níveis.
Conclusão
Afirmo minha crença de que uma das ferramentas que podem ajudar
nas mudanças e melhorias da Educação em nosso país é a utilização dos recursos tecnológicos
com objetivos bem definidos, além da contínua atualização dos professores em suas
respectivas especialidades e quem sabe, a melhoria dos salários base pago aos
professores brasileiros. Já temos instituído no país um Piso Nacional para a
categoria.
O papel dos cursos em Educação a distância e semi-presenciais poderão contribuir de forma positiva, desde
que haja empenho politico no sentido não só em relação aos investimentos financeiros necessário a
implantação destes cursos, mas também na busca de ações que venham assegurar que essas novas modalidades alcancem
os objetivos para as quais foram criadas.
Cabe ressaltar que a tecnologia, com
seus recursos poderá trazer uma nova
concepção de educação, que auxilie na construção de conhecimentos, porém, deve-se ter claro de que ela deve ser usada
em todas as modalidades de ensino, incluindo aí o ensino presencial e que não
deve haver disputas entre quaisquer modalidades que tenham como objetivos
contínuos a construção e o compartilhamento de saberes.
Por: Neemias Alvarenga de Souza.
Texto iniciado em 10/12/2011 e concluído
em 29/12/2013.
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