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O FILHOTE

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Erro em cálculo sobre extinção da Biodiversidade

EXTINÇÃO DE ESPÉCIES ESTÁ SUPERESTIMADA, DIZ ESTUDO

As taxas de extinção de espécies por perda de habitat, calculadas do mesmo modo há 25 anos, estão superestimadas em até 160%, alerta estudo divulgado nesta quarta-feira (18). No entanto, os cientistas responsáveis pela pesquisa alertam que, mesmo superestimados, os índices são preocupantes e eles não descartam a possibilidade de uma extinção em massa.

Para calcular as taxas de extinção, cientistas e conservacionistas têm usado um método indireto chamado “relação espécie-área”. Este método calcula, inicialmente, o número de espécies encontradas em uma determinada área e, em seguida, as estimativas quanto ao aumento deste número à medida que a área se expande.

Usando essa informação, cientistas e conservacionistas invertem os cálculos e tentam estimar quantas espécies se perderiam quando a quantidade de terra diminuísse devido ao desmatamento ou avanço de cidades. “A estimativa pode ser 160% maior que a real. O que significa que o método anterior deveria ser dividido por 2,5”, afirmou Fangliang He, professor da Universidade Chinesa de Sun Yat-sem e da Universidade de Alberta, no Canadá, em sua pesquisa publicada pelo periódico científico Nature.

Erro de cálculo em um problema grave

O erro, de acordo com o estudo, está no conceito, pois a área necessária para remover o último indivíduo de uma espécie (o que qualifica como extinção) é quase sempre muito maior do que a área necessária para encontrar o primeiro indivíduo de uma espécie, independentemente da distribuição das espécies e escala espacial.

O problema, segundo Stephen Hubbel, da Universidade da Califórnia e co-autor do estudo, é que o número de espécies é somado um a um, conforme se encontra um primeiro indivíduo de uma nova espécie em uma determinada área. Mas quando a espécie é perdida, é necessário contabilizar todos os indivíduos dela presentes naquela área - uma conta completamente diferente, mas que até agora, não estava sendo feita da maneira adequada.

A regra clássica da “relação espécie-área” afirma que se a área de habitat é reduzida em 90% (equivalente à perda de habitat real em muitas regiões), aproximadamente metade de suas espécies será perdida. Estudos que utilizaram este método previam a perda de 50% de todas as espécies até o ano de 2000, o que não foi cumprido. “Nada disso ocorreu. Por quê? Pois estas estimativas não estão corretas. Estes números são muito questionáveis, pois o conceito não é apropriado, o que explica esta superestimativa”, disse Fangliang He.

He afirma que por anos se sabia que as taxas estavam superestimadas, mas não se sabia o motivo. “Criou-se o termo 'guesstimate'. Isto não é muito cientifico. O que mostramos aqui é que o método anterior não é o exatamente certo, ele é basicamente defeituoso. Provamos matematicamente de onde esta superestimativa vem”, disse.

No entanto, Hubbel e He destacam que a pesquisa não nega a existência de taxas de extinção preocupantes e que há uma extinção em massa contínua de espécies, mesmo que o método usado para medi-la não seja apropriado.
“No entanto, a próxima extinção em massa pode ser em cima de nós, ou mesmo ao virar da esquina. Foram cinco extinções em massa na história da Terra, e nós poderíamos estar entrando a sexta extinção em massa", disse Hubbel.

Os períodos de extinção em massa foram provocados por mudanças no clima e na química atmosférica do planeta, impactos de meteoros e vulcanismo. De acordo com cientistas, a sexta extinção em massa que está porvir é um resultado da interação e competição das espécies com os humanos.

(Fonte: Maria Fernanda Ziegler/ Portal iG)
Data da notícia: 19/05/2011 - 00:03:44
Última modificação: 18/05/2011 - 20:07:33


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