As empresas e o
cidadão comum ainda praticam pouca reciclagem no Brasil. Mas há ações que
poderão se tornar mais comuns no futuro, após consciência de um grupo
maior de pessoas. Abaixo, segue um texto que ajuda compreender itens do nosso
cotidiano que devem ser reciclados.
Neemias.
Papel,
plástico, metal e vidro. Hoje em dia não sobram muitas desculpas para não
separarmos o lixo que geramos em casa. Apesar de ainda faltar muito para que a
coleta seletiva e a reciclagem funcionem com máxima eficiência nas cidades brasileiras,
está bem mais fácil fazer a nossa parte. O problema é quando nos deparamos com
tipos de lixos que não se encaixam em nenhuma das lixeiras coloridas e também
não são materiais orgânicos. Acontece que vários desses materiais podem ser
reciclados, se forem descartados do jeito certo e passarem pelo tratamento
adequado. Dá uma olhada na lista a seguir e repense o jeito como você joga as
coisas fora:
1. Óleo de
cozinha
Jogar no ralo
não rola, não importa se é só um pouquinho. O óleo pode entupir canos, romper
redes de coleta, prejudicar o funcionamento das estações de tratamento de água,
comprometer o equilíbrio ambiental e impermeabilizar o solo. Basicamente, todo
o óleo que você descartar na pia terá que ser separado quimicamente depois para
que o problema não fique pior. Por que não reciclar, então? Óleo de cozinha
pode ser usado para fazer tinta, sabão, detergente e biodiesel. Como já dissemos num texto aqui do Ideias Verdes há um tempo, alguns países até têm orientações
oficiais para ajudar a população na hora de descartar o óleo que sobrou das
frituras.
Dá para
armazenar o óleo em garrafas e depois levar a um posto de coleta. O site da Ecóleo (Associação
Brasileira para sensibilização, coleta e reciclagem de resíduos de óleo
comestível) mostra alguns pontos de coleta por todo o Brasil. Se você estiver em São Paulo, pode procurar
onde descartar nessa lista da ONG TREVO, especializada nesse tipo
de resíduo.
2. Chapas de
raio-x
As chapas são
compostas de acetato, plástico que leva mais de 100 anos para se decompor, e
prata, um metal pesado que pode contaminar água e solo. Então, jogar no lixo
comum aqueles exames antigos guardados na gaveta por anos está fora de
cogitação. Melhor reciclar. A separação dos grãos de prata acontece por meio de
um processo que utiliza altas temperaturas e dá origem a “escamas” do metal –
usados na fabricação de
joias e talheres. O plástico que sobra (o suporte das
chapas) pode ser reaproveitado em
embalagens de presente, capas de caderno e fichários.
Em São Paulo, o Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP mantém um posto de coleta de chapa
de raio X. O laboratório Fleury faz coleta das chapas para quem é cliente.
As unidades ficam em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
3. Absorventes
e fraldas descartáveis sujas
Não precisa
sentir nojo. Reciclar fraldas descartáveis vai evitar que esses materiais se
acumulem nos aterros sanitários pelos próximos 500 anos. Se um bebê usa umas 6
mil fraldas ao longo da infância, imagina quantas já não estão aí na natureza.
O problema é que a reciclagem do material absorvente usado ainda não é muito
comum mundo afora. Mas que tem jeito, tem. Uma empresa canadense desenvolveu uma solução interessante e inaugurou, no Reino Unido,
uma usina de reciclagem de fraldas, absorventes
femininos e geriátricos. A sujeita é separada e transformada em gás para a
geração de energia. Aí as fraldas passam por um tratamento. O material é
comprimido, triturado e pode dar origem a madeira plástica, telhas ou outros
materiais absorventes.
4. Sofá
“Como assim?
Por que eu ia querer reciclar um sofá?” Porque chega um ponto que o sofá velho
está tão destruído que não adianta vender nem doar para o Exército da Salvação. Mas ele ainda tem serventia. As
borrachas, que são tecnicamente conhecidas como percintas, passam por processo
de industrialização e se transformam em manta asfáltica, solas de sandálias ou
tubos para a canalização de água pluvial. A espuma do sofá pode ser
transformada em colchonete de academia, recheio de almofadas ou dar origem a
outros sofás. A madeira das vigas do sofá pode ser triturada e usada na
fabricação de placas aglomeradas que são utilizadas por indústrias de imóveis e
fabricantes das caixas e embalagens. Ou então virar matéria prima em fábricas
de papel e celulose.
5. Vaso
sanitário
Sobrou uma
privada velha na obra da sua casa? Avise o pessoal da Ecoassist e eles
encaminham a porcelana para o descarte correto. Esse material pode ser usado
para fabricação de pias e outros vasos. Também dá para triturá-la e
transformá-la em material para cascalho, estradas ou drenagem.
6. Entulho e
restos de obras
Reformou a
casa? Provavelmente sobraram entulhos e outros restos de materiais de construção.
Também tem jeito de dar um destino sustentável para esses resíduos. 95% dos
resíduos provenientes de obras residências podem passar por processos de usinas
de britagem e classificação. Segundo a Ecoassist, o entulho pode se transformar em
brita, pedrisco e areia, que são reutilizados como base e sub-base em obras de
pavimentação.
7. Caminhões
Tem um caminhão
que não presta pra mais nada encostado aí? As chances parecem pequenas, mas
mais de 1000 veículos do tipo são reciclados todos os anos. A primeira empresa
a fazer o processo no Brasil foi a JR Diesel, fundada em 1985. Eles são
referência no segmento de reciclagem automotiva, com foco em caminhões. Do
caminhão desmontado, 85% das peças são encaminhadas para reutilização, 10% para
reciclagem (resíduos como óleo, bateria e pneus) e apenas 5% é descartado. A
operação possibilita uma redução no volume de CO² que seria emitido na produção
de peças novas. A maioria das peças é utilizada em outros caminhões, mas
algumas também são reaproveitadas por diferentes setores, como mineração,
marinha e agricultura. Há ainda o benefício ambiental com o descarte correto e
reaproveitamento das autopeças.
8. Aviões
Ok, se as
chances já eram pequenas com os caminhões, imagina com os aviões! Mas também é
possível reciclá-los. A Boeing tem um programa para reaproveitar as ligas de
alumínio dos aviões para fabricar outras peças para novos veículos. Uma das
vantagens é que o material não perde suas características quando reciclado.
Assim, dá para produzir peças que formam a asa e a fuselagem de aviões sem
desperdiçar nada. Em julho de 2013, quando o programa começou, a Boeing tinha a
expectativa de reciclar 3,5 mil toneladas de alumínio por ano.
Ainda tem
dúvidas sobre como descartar algum material? O eCycle pode te ajudar
a achar pontos mais próximos e o Ecoassist auxilia na coleta mais
adequada.
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário